segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Por que tanta tecnologia?

Por Antônio Carlos Vieira


Desde que comecei a trabalhar como professor, se fala em melhorar a Educação Pública, como tentativa de melhoria o que sempre vejo é a implantação de um aparato tecnológico constante e sempre os resultados mostram que a melhoria geralmente não é o esperado.

Vou citar uma cronologia das tecnologias colocadas nas escolas desde a época que comecei a lecionar:  Televisão com antenas parabólicas (Tele Aulas),  Vídeos Cassete, DVDs, salas de informática com computadores (desktop), internet, implantação do UCA com computadores portáteis (Lap Tops) e agora estão planejando se colocar os chamados Tablet (com implementação prevista a partir de 2012). É bom frisar que em todas essas tecnologias ocorreram problemas que dificultaram ou mesmo impediram a utilização.

Primeiramente vamos ver os problemas individualmente:

As Televisões juntamente com as antenas parabólicas tinham que serem usadas de acordo com o horários das chamadas  Teleaulas,  eram colocadas em horários nem sempre compatíveis com o horários da região onde moravam os alunos que deveriam assistir essas aulas. Sem falar que todo o conteúdo era homogenizado e planejado de acordo com quem transmitia essas aulas.

Depois vieram os vídeoss cassete e posteriormente os DVDs, tinha dois problemas em comum: nem sempre os professores sabiam manusear esses equipamentos e os filmes para realização das aulas nem sempre exisitiam para o assunto que os professores desejavam. As vezes vinham pacotes de aulas prontos que nem sempre estava de acordo com a realidade dos alunos !

Os Laboratórios com os computadores  e as mais recentes tecnologias, portáteis (Lap Tops) e so Tablets que precisam acesso a internet que  nem sempre é possível a conexão com a mesma. Essa tecnologia para funcionárem bem tem que ter também os chamados programas, que nem sempre estão de acordo com as necessidades existentes e tem um problema em comum aos vídeos casete e os DVDs: os porfessores não sabiam (muitos ainda não sabem) manusear o equipamento e com o agravante que em muitas ocasiões os alunos sabem manusear o equipamento bem melhor que os professores.

Os Problemas coletivos:

Todas essas tecnologias precisam de manutenção constante e na grande maioria dos casos essa manutenção é inexistente, principalmente para os mais recentes que são os computadores portáteis (Lap Tops) e os Tables.

Em muitos casos uma tenologia não chegou a ser colocada em pleno funcionamento e já se está colocando outra em substituição como é o caso dos comutadores em laboratórios, os portáteis  com acesso a internet e para o próximo ano os Tablets.

Toda essa tecnologia sendo implantada, dizem para melhorar a educação e se esqueceram de  uma coisa muito importante : o professor. Que adianta se implantar tanta tecnologia se os professores não são valorizados e nunca são capacitados (nem sequer são atualizados) para o pleno desempenho das funções.

E por que se esquecem justamente do professor?

Toda essa  presa de se colocar todo tipo de tenologia em sala de aulas é para atender interesses de grandes empresas (grifo meu)  e o interesse de se diminuir ou mesmo eliminar a importância da existência dos professores. O problema é que toda essa tecnologia não substitui o professor, ou  você acredita que computador ensina alguma coisa?

O mais interessante nesta história,  é que os atuais professores se formaram aprendendo o conteúdo para depois aprender a usar o computador com as novas tecnologias e os novos professores irão chegar as universidades sabendo usar os computadores para aprender o conteúdo de cada área. Esse é mais  um exemplo  notório de conflito entre gerações!!!!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Ideb, Enem e Sinaes: avaliações neolinerais do MEC e o “protesto/apoio” dos empresários da educação


A divulgação pelo Ministério da Educação – MEC do resultado da avaliação das instituições de ensino superior gerou reação dos empresários da educação. Os donos de faculdades questionam os critérios estabelecidos pelo SINAES e cobram estabelecimentos de novos critérios. Essa movimentação empresarial diz respeito ao fato das instituições privadas serem as reprovadas no SINAES. Assim, contraditoriamente, a mesma concepção avaliativa neoliberal do MEC defendida pelos empresários para educação básica, deve ser alterada para o ensino superior. Em Sergipe foram reprovadas no SINAES: a Faculdade Amadeus; a Faculdade Atlântico; a Faculdade de Administração e Negócios de Sergipe; a Faculdade de Sergipe; a Faculdade São Luís de França; e a Faculdade Pio X.


Quando o Ministério da Educação divulga os resultados das avaliações neoliberais (ENEM e IDEB) são as escolas privadas que têm as melhores notas. Nesse momento, os empresários aprovam colocando outdoor, nota no rádio, televisão, internet apontando suas escolas como “modelos” a ser seguido. Entretanto, são esses mesmos empresários donos de escolas e de faculdades privadas que estão criticando o (SINAES). Assim os donos de escolas e faculdades apoiam os resultados do ENEM e IDEM, mas criticam os resultados do SINAES – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior. 



A grita dos empresários, em relação à avaliação do ensino superior, mostra que não estão preocupados com a qualidade do ensino, nem mesmo em mudar a forma de avaliação existente no Brasil. Caso consigam, no futuro, melhorar as notas de suas faculdades no SINAES vão começar a apoiar, também, esse modelo de avaliação neoliberal do MEC. 



O movimento dos trabalhadores em educação é contra aos modelos de avaliações neoliberais do Ministério da Educação. Para os professores, não dá para repassar a responsabilidade para a escola por um suposto mau desempenho, como se fosse culpa dos professores. O país precisa de um novo modelo de avaliação que leve em conta os conhecimentos do estudante na hora em que ele ingressa na rede de ensino, ou seja, um índice que possa medir quanto o estudante aprendeu. Portanto é um erro medir a suposta qualidade do ensino através de rankings. O ranqueamento entre escolas são prejudiciais para a educação e podem afetar o desempenho futuro das instituições de ensino.



Quando se faz o ranking de milhares de escolas às flutuações da média se superpõem. Portanto, se uma média pode flutuar para mais ou para menos, como é que eu digo que uma escola que teve um pouquinho menos de média é inferior à outra? Diante dessas falhas o mundo inteiro abandonou a ideia de ranking. Entretanto, o MEC continua com essa política de ranqueamento das instituições de ensino que é pedagogicamente equivocado.



Infelizmente os oito anos de governo Lula e o primeiro ano do Governo Dilma foram mantidos a mesma estrutura de avaliação do governo Fernando Henrique Cardoso. A política neoliberal de FHC foi mantida por Lula e Dilma com sérias implicações para a educação nacional. Esse modelo visa rotular as escolas públicas como insuficientes e justificar um discurso futuro para a sociedade da necessidade de privatização. Para ter sucesso nessa política, o modelo de avaliação para ranqueamento visa intensificar a gestão empresarial nas escolas com monitoramento do desempenho das escolas e competição entre elas para redistribuição dos recursos. Também a avaliação nacional pretende estabelecer economização de um currículo escolar único, priorizando as aprendizagens ligadas ao trabalho. Introdução de um currículo da subserviência, chamado de “linguagem do currículo mais humanista”. Nessa reestruturação curricular enfatizam o bem-estar espiritual, moral e mental. 



Entretanto, o que os educadores defendem é que a avaliação valorize e envolva os atores da escola no processo local. Isso não significa deixar de fazer avaliações nacionais, mas que ela dê novo significado a este processo. As escolas precisam consumir os dados da avaliação, o que hoje não acontece. Esses dados têm de ter uma utilidade. Hoje, as escolas recebem relatórios técnicos, difíceis de serem digeridos e não há instrumentos de mediação entre as avaliações e a sala de aula. Precisaria haver uma avaliação institucional participativa, conduzida pela escola. Repassar a responsabilidade para a escola por um mau desempenho, como se fosse culpa do professor, não dá. É preciso indagar qual é a responsabilidade da política pública, da equipe da escola, da comunidade escolar e do professor?



Portanto, é preciso sim mudar os critérios de avaliação impostas, atualmente, pelo MEC que em nada contribuem para melhorar a qualidade do ensino no país, mas apenas para estabelecer ranqueamento e justificar privatização no futuro. Junto com isso, é preciso repensar, também, a situação do financiamento da educação, os conteúdos dos livros didáticos, as políticas de pacotes instrucionais, a formação inicial à distância, as condições de trabalho dos profissionais da educação e a qualidade de ensino das escolas privadas. Uma educação que possa respeitar o educando e assegurar-lhe a formação indispensável para pleno exercício da cidadania.


TEXTO ORIGINAL NESTE ENDEREÇO:

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Avaliação do MEC reprova um em cada cinco cursos superiores

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Dos 4.143 mil cursos avaliados em 2010 pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), 594 não atingiram resultado satisfatório, com nota 1 ou 2 no Conceito Preliminar de Curso (CPC), indicador que varia em uma escala de 1 a 5. Entre os cursos avaliados, 1.115 ficaram sem conceito porque não tinham um número mínimo de estudantes concluindo o curso.

Considerando apenas as graduações que obtiveram CPC, as com nota baixa representam 20% do total. Os cursos com CPC 4 ou 5 são considerado bons e os com nota 3, satisfatórios. Cerca de 80% tiveram resultado entre 3 e 5 e só 58 cursos podem ser considerados de excelência, com CPC máximo (5). O conceito leva em consideração, além dos resultados do Enade, a infraestrutura da escola, o corpo de professores e o projeto pedagógico.

O Ministério da Educação (MEC) vai cortar vagas de todos os cursos que obtiveram CPC 1 ou 2 em 2010. A previsão é que 50 mil vagas sejam cortadas em diferentes áreas até o fim de 2011. Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes) baliza a expansão das vagas da educação superior no país porque prevê medidas de correção dos problemas para as instituições e cursos com baixos resultados.

“Para quem está fora dos parâmetros de qualidade, o Sinaes estabeleceu os termos que os trazem para a qualidade. Queremos que o sistema continue em expansão, mas com um freio naqueles cursos que estão com problema”, disse o ministro. Ele informou que cerca de 95% dos cursos de medicina que passaram pelo processo de supervisão do MEC por apresentar CPC instaisfatório em anos anteriores melhoraram o desempenho em 2010.

Entre os 19 cursos com CPC 1, quatro são oferecidos por universidades estaduais e o restante, por instituições de ensino privadas.

Edição: Vinicius Doria

Texto retirado neste endereço:

220 DIAS LETIVOS É PREJUÍZO PARA A EDUCAÇÃO E PARA OS PROFESSORES


Se você é Professor, da Rede Pública ou Particular, LEIA com Atenção!!!

Urgente e Atual

O ministro da Educação Fernando Haddad solicitou uma pesquisa científica sobre o aumento do número de horas do aluno na Escola e sua correlação com o aumento do Rendimento Escolar. No dia 21 de setembro (21/09/11) ele apresentou os resultados à imprensa, pois deseja um Grande Debate sobre o Assunto.

A pesquisa realizada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos do Governo revelou que mais tempo (mais horas) na Escola leva a uma melhoria dos resultados do aluno na aprendizagem e nas avaliações (ENEM, SAEB, etc.).

Até aí nenhuma surpresa, pois vários países desenvolvidos têm uma carga horária anual maior do que a brasileira e têm resultados melhores. O que vêm a seguir é que é preocupante.

Diante do resultado deste estudo, Ricardo Paes de Barros, subsecretário que coordenou a pesquisa apontou alternativas (que seriam, na verdade, Propostas) ao ministro:

Proposta 1

O Estudo de Ricardo Paes de Barros mostrou que um bom professor em sala de aula tem o impacto de 9,6 pontos no Saeb, 20 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e 68% de melhoria do desempenho do aluno. Mostrou também que a melhoria dos resultados acadêmicos pode ser feita com adiminuição das faltas dos alunos e dos professores durante o ano letivo. Esta proposta implica a) criar programas de formação e projetos de incentivo aos docentes, para que mais bem remunerados, preparados e motivados, possam faltar menos e dar melhores aulas; b) modificar a atual LDB, diminuindo o percentual máximo permitido de faltas aos alunos (25%); c) Reduzir o número de faltas, abonos e licenças permitidas por lei aos docentes.

A Proposta 1 requer modificação na legislação educacional e investimentos em Salários e em Programas de Formação Continuada para os Docentes (Formação Profissional, Especialização, Mestrado e Doutorado).

Proposta 2

Paes de Barros aponta que a Diminuição do número de alunos em Sala potencializa o rendimento de todos, ao permitir que os Docentes tenham mais tempo para auxiliar os alunos que apresentarem dificuldades. Nesta proposta: a) estabelecer qual é o número mínimo de alunos por sala e série; b) ampliar o número de salas e, consequentemente, de escolas; c) criar incentivos para a carreira docente, pois mais salas e mais escolas demandarão mais professores mais bem preparados (hoje, desestimulados, muitos estão deixando a carreira docente).

A Proposta 2 demanda investimento em infraestrutura e investimento no profissional da educação (Salários e Capacitação). Se a carreira docente for valorizada, atrairá e manterá nela os mais capacitados.

Proposta 3

Aumento do número de horas diárias do aluno na Escola. Essa proposta segue o modelo europeu (período integral) e implica em alguns investimentos: a) melhorar as cantinas escolares para que possam servir almoço aos alunos; b)readequação do currículo para que todo o período de permanência seja bem aproveitado; c) maior número de salas de aulas (hoje, os alunos do matutino e vespertino utilizam as mesmas salas); d) readequação e aumento da carga horária dos professores (o professor receberia o valor das aulas adicionais); e) aumento dos espaços esportivos e culturais da Escola (necessidades de uma Escola de Tempo Integral).

Ou seja, a Proposta 3 requer significativos investimentos em infraestrutura. Entretanto, o aumento do salário dos professores seria apenas em função do aumento do trabalho (mais aulas, mais remuneração) e não de um aumento real no valor da hora/aula. É verdade que a Escola de Tempo Integral é um modelo seguido na Europa, mas lá o professor recebe melhores salários (quando comparados com outros profissionais de formação superior) do que aqui.

Proposta 4

Proposta 4 – Aumento dos dias letivos. Dos atuais 200 para 220 dias letivos. Sendo subsecretário da Secretaria de Assuntos Estratégicos da presidência, Paes de Barros julga ser essa a alternativa mais atraente e interessante ao governo pois praticamente não haverá nenhum custo para os cofres públicos. Na prática, esta Proposta levará: a) a um aumento dos dias letivos em detrimento de sábados e feriados; b) aumento da jornada de trabalho (em dias) sem o consequente aumento da remuneração (pois o governo já divide o salário anual em doze meses + o décimo terceiro); c) diminuição dos dias de recesso e férias docentes.

A Proposta 4 não requer do Governo praticamente nenhum investimento – só uma mudança na Lei. Já para o docente, significa mais dias de trabalho, mais matéria a ser lecionada e mais avaliações, provas e trabalhos para corrigir e nenhum aumento ou remuneração adicional. Para o aluno, mais matéria, mais pressão por resultados e menos dias livres em casa.

Fique Atento e Pense Corretamente
 como PROFESSOR

O Governo tem a intenção, segundo o ministro, de realizar um DEBATE com a SOCIEDADE para, em seguida, implementar a medida – aumento para 220 dias letivos.

Proposta 1 - Investir na Formação e Salários dos Professores e Diminuir a permissão para Faltas (docentes e discentes).

Proposta 2 - Menos alunos por Sala e Professores melhor Preparados e Melhor Remunerados.

Proposta 3 - Escola de Tempo Integral (ainda precisa de muitos ajustes, mas levará o governo à necessidade de INVESTIR muito para sua implantação).


CUIDADO, Professor

Como mais UMA PROVA de que o Governo não quer INVESTIR em Educação, o subsecretário da Pasta já está indicando o aumento dos dias como a MELHOR proposta para o GOVERNO. Isso é ÓBVIO, pois é a única alternativa que não requer investimentos.

O Governo tentará neste DEBATE jogar a população contra os professores que se opuserem aos 220 dias (Alternativa 4).

Mas na verdade, NÓS PROFESSORES sabemos que aumentar para 220 dias não vai mudar em NADA o quadro atual de descaso com que as autoridades tratam a Educação.

Além disso, a proposta de aumento dos Dias Letivos é a única que não apresentará nenhuma contrapartida positiva para o DOCENTE.

Existem, ainda, outras PROPOSTAS com melhores OPÇÕES . Diga isso aos seus colegas e diretores. Diga isso aos seus vizinhos. Diga isso aos seus ALUNOS, sejam eles do Ensino Fundamental, do ENSINO MÉDIO, do Ensino Superior, da Pós Graduação, do Mestrado ou do Doutorado.

TODOS OS PROFESSORES DEVEM SE UNIR neste Debate, pedindo ao Governo que aumente os INVESTIMENTOS na Educação do País.

É fato que Todos os Professores Conscientes querem MUDANÇAS na Educação. Mas queremos MUDANÇAS que realmente façam a DIFERENÇA, que AUMENTEM a QUALIDADE do Ensino e que FAÇAM o governo Investir naquilo que é mais precioso – a Educação de nossas Crianças.

NÃO ACEITE OS 220 DIAS.
Os 220 dias serão um ENGODO
para que o GOVERNO não gaste e não invista mais.

Queridos Professores e Professoras da rede Pública e Particular, de todos os níveis

Sejam conscientes - Copiem esse texto e repassem por e-mail a todos os Docentes e Educadores que vocês conhecem.


Abaixo, a notícia e a reportagem disponível na Internet

21/09/2011 - MEC apresenta proposta para deixar aluno mais 20 dias por ano na escola

O ministro da Educação, Fernando Haddad, apresentou nesta quarta-feira (21) em Brasília o resultado de uma pesquisa que levou o MEC a avaliar o aumento de até quatro semanas no calendário letivo da educação básica do país no sistema público e privado. Atualmente, o Brasil tem 200 dias, como prevê a Lei de Diretrizes e Bases (nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996) no ano letivo e carga horária de 800 horas. O ministro propõe um amplo debate sobre a ampliação da carga horária escolar para 220 dias ao ano.

“Sempre que o MEC se vê diante de uma evidência forte que algo pode melhorar a partir da descoberta de um estudo temos que perseguir este objetivo”, disse Haddad. O ministro vai discutir a proposta com secretários de educação estaduais e municipais. Ele espera concluir o debate este ano para que a proposta seja encaminhada ao Congresso Nacional em 2012 para votação. “Nenhum país com bom desempenho tem uma carga horária de 800 horas”, disse o ministro. “O Chile tem carga de 1.200 horas por ano e o nosso desempenho hoje é equivalente ao que o Chile tinha no ano 2000.”

A pesquisa coordenada por Ricardo Paes de Barros, subsecretário da Secretaria de Asssuntos Estratégicos da presidência, mostrou que dez dias a mais de aula aumentam em 44% o aprendizado dos alunos e em sete pontos a nota dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Essa melhoria pode ser atingida aumentando a exposição do aluno ao conhecimento.

Segundo o pesquisador, o aumento da exposição pode ser feito com ampliação da jornada diária e com a diminuição das faltas dos alunos e dos professores durante o ano letivo. Mas a alternativa mais atraente, segundo Barros, é a que tem o menor custo. “Em termos de custo é melhor porque na outra alternativa (mais horas/aula por dia ou menos alunos por sala) você precisa aumentar o espaço na escola colocando restaurantes e espaços esportivos.”

A outra variável que provoca melhora é a qualidade do professor. “Tem um enorme impacto entre se consultar um bom ou um mau médico. Com o professor também é assim, mas a gente não valoriza a profissão e deixa o profissional mais experiente migrar para a rede privada”, destacou o pesquisador. Ainda de acordo com ele, o impacto no Saeb com professor experiente seria de 3,3 pontos.

E-mail enviado pela Professora Cláudia Nunes

TEXTO REPRODUZIDO DESTE ENDEREÇO: