segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

É preciso saber ler e escrever?


Desde os primórdios, da existência da humanidade, a necessidade de comunicação entre as pessoas foi uma exigência. Essa exigência se tornou ainda maior com a criação da escrita. No início não existia exigência e necessidade de se aprender ler e escrever. Com o decorrer da história essa exigência surgiu, foi aumentando e se tornou obrigatória em praticamente todas as sociedades. Ironicamente, nos dias atuais, com a modernidade o cidadão não precisa aprender ler e escrever, as máquinas (diversos tipos de computadores) já fazem isso. Hoje uma pessoa pode viver na sociedade, ter acesso às informações, usar máquinas para ler e escrever e sem a necessidade de ser alfabetizado. Para entender melhor vamos ver uma pequena passagem por vários períodos de nossa história sobre a necessidade de se ler e escrever:

No período das cavernas

O homem das cavernas não tinha a necessidade de se usar a escrita e consequentemente a leitura no dia a dia. As pessoas viviam em grupo e os instrumentos de se materializar a escrita ainda não existiam. Alguns elementos registravam de maneira artesanal as ações do dia a dia das comunidades, em forma de desenhos, nas paredes das cavernas. Não se sabe se esses artesões e desenhistas tinham a intensão de registrar para o futuro essas ações ou se faziam por prazer da arte de desenhar.

Os registros eram feitos com pinturas (usavam tintas retiradas das árvores), fazendo ranhuras nas rochas e devido à simplicidade, do material usado, os desenhos também eram simples e transmitiam ações simples.

Surgimento das primeiras cidades

Mesmo depois do surgimento das primeiras cidades e aprimoramento da escrita, poucas pessoas tinham habilidade e sabiam ler e escrever. Esse pequeno número de pessoas que tinham acesso eram decorrentes das dificuldades de acesso as meios de registar a escrita da época. Toda escrita era feita esculpida em pedras, madeiras, pequenas tábuas feitas de barro e em peles de animais (pergaminhos).

As sociedades já se organizavam escrevendo as leis, deixando escrito o modo de vida e já cronometravam a história da sociedade. Embora ainda fosse difícil o acesso, à escrita e à leitura, já existia uma necessidade da existência de pessoas especializadas em registrar os fatos (os primeiros historiadores) em forma de escrita para posterior leitura. Portanto as necessidades da sociedade já exigiam certa quantidade de indivíduos sabendo ler e escrever.

Invenção do papel (papiro)

Com a criação do papel, material de fácil acesso e manuseio para escrita, também cresceu o número de pessoas na sociedade sabendo ler e escrever e foi  quando surgiram os primeiros livros. Passaram a serem registrados as leis, o movimento do comércio, organização social e melhor registro das ações no decorrer do tempo. Portanto se exigindo cada vez mais e criando a necessidade que os cidadãos aprendessem o ofício da leitura.

Com a invenção do papel foi aumentando em milhares de vezes o número de pessoas sabendo ler e escrever, mas ainda não o suficiente para que todos os participantes destas sociedades tivessem acesso e necessidade deste ofício. Os livros ainda eram difíceis de fabricarem, muito caro e difícil aquisição para o poder de comprar da grande maioria da população. Só as pessoas consideradas ricas tinham condições de adquirir livros!

A invenção da imprensa

Com a invenção da imprensa foi criado facilidade de acesso à escrita e leitura por quase totalidade da sociedade. Os livros passaram a ser produzidos em séries, com baixo custo e podendo ser adquiridos praticamente por todas as pessoas da sociedade. Até mesmo pessoas com deficiência visual ou mesmo auditiva passou a ter acesso e necessidade de se aprender ler e escrever.

O poder público passou a registar todas as ações: leis, projetos de construções, política e até fatos cotidianos do dia a dia nos livros. Isso criou a necessidade para que todos os cidadãos aprendessem a ler e escrever e ter convivência da nova sociedade. Para se viver na atual sociedade passou a ser exigida comprovação de estudos para praticamente todas as profissões!

Escrita digital ou virtual

Com a invenção do computador pessoal se tornou possível o acesso à escrita e leitura para todas as pessoas da sociedade. Quando digo todas, estou incluindo os deficientes visuais e auditivos. As possibilidades de aprender ler e escrever se tornaram imensas e o acesso à informação se tornou maior com a criação das redes de computadores (Internet).

Todas as informações que antes eram guardadas em forma de livros passaram a serem ofertadas através das redes de computadores e a necessidade, também facilidade, para que o cidadão tenha acesso às informações se tornaram maiores.

Estes computadores se tornaram tão avançados que até as pessoas deficientes visuais passaram a ter acesso a leitura e escrita sem a necessidade de se saber braile (corre o risco de desaparecer). Foram criados programas que fazem a leitura e escrita digital para os deficientes visuais.

Existem programas de computadores feitos especialmente para leitura dos textos digitais e também programas para gravação, em forma de texto, da voz humana!

O analfabeto é um deficiente visual !

Anel digital que faz a leitura de textos
em vários idiomas.
As pessoas que não sabem ler e escrever tem o mesmo problema que o deficiente visual. O deficiente não lê diretamente a escrita por não poder ver e o analfabeto por não saber interpretar a escrita. Podemos dizer que o analfabeto é um deficiente visual em relação à escrita. Mas devido o grau de perfeição dos atuais meios, de escrita e leitura digital, os dois passaram a ter acesso às informações de maneiras iguais: é só utilizar os computadores.

O avanço da tecnologia criada para dar condições ao deficiente visual ter acesso à leitura e escrita chegou a uma perfeição onde as pessoas, deficiente visual ou não, pode ler e escrever mesmo sendo analfabeta!

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Antônio Carlos Vieira
Licenciatura Plena - Geografia (UFS)
http://carlos-geografia.blogspot.com.br

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