quinta-feira, 25 de junho de 2015

Mais de 4 mil escolas do campo fecham suas portas em 2014

Se dividirmos esses números ao longo do ano, temos oito escolas rurais fechadas por dia em todo país. os últimos 15 anos, foram mais de 37 mil unidades.

Maura Silva - MST.org.br

“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”, já dizia Paulo Freire em uma de suas mais famosas citações.

Todavia, o cruzamento de dados disponíveis pelo Censo Escolar do Instituto Nacional de

Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) nos mostra que a educação no campo corre no sentido contrário.

Apenas em 2014, mais 4.084 escolas do campo fecharam suas portas. Se pegarmos os últimos 15 anos, essa quantidade salta para mais de 37 mil unidades educacionais a menos no meio rural.

Se dividirmos esses números ao longo do ano, temos

segunda-feira, 22 de junho de 2015

O desafio da educação pública e laica

O STF deve se posicionar sobre a normatização do ensino religioso nas escolas públicas: isso é fundamental para garantir o caráter laico do Estado.

Rosana Heringer

No próximo dia 15 de junho será realizada no Supremo Tribunal Federal a primeira audiência pública para discutir o modelo de ensino religioso nas escolas públicas brasileiras, com o objetivo de subsidiar a decisão dos ministros do Supremo acerca da Ação Direta de Inconstitucionalidade sobre o tema (ADI 4439).

Trata-se de mais um assunto sobre o qual o STF é chamado a se pronunciar, a fim de apresentar interpretação conforme a Constituição Federal do artigo 33 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/1996) e também do acordo assinado entre o governo brasileiro e a Santa Sé que prevê que seja estabelecido o “ensino católico e de outras confissões” na rede pública de ensino do país (artigo 11, §1o, do Decreto n. 7.107/2010).

Em princípio estes temas podem parecer distantes da realidade cotidiana dos brasileiros, assolados que estamos, atualmente, com tantas questões aparentemente mais urgentes e imediatas. Entretanto, esta ADI é de suma importância ao trazer a discussão sobre um tema de grande interesse democrático: a liberdade religiosa e a garantia da separação entre Estado e religião.

Estas questões estão no centro do debate sobre a forma como o ensino religioso é oferecido hoje nas escolas públicas brasileiras. O artigo 210 da Constituição Federal prevê que o ensino religioso seja oferecido em caráter facultativo nas escolas públicas. Ao mesmo tempo, o artigo 19 da mesma Constituição Federal veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios “estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público”. Em respeito à essa vedação, o artigo 33 da LDB prevê que o ensino religioso será oferecido assegurando o “respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo”. Entretanto, o acordo com o Vaticano e a aplicação prática desta legislação tem levado a distorções na sua implementação.

Em termos concretos, o ensino religioso tem sido oferecido em escolas públicas de todo o território nacional, obedecendo em muitos casos a interpretações peculiares de legisladores estaduais e municipais, que levam, por exemplo, à contratação de professores representantes de confissões religiosas específicas, como acontece hoje nas escolas públicas do Estado do Rio de Janeiro.

Outra prática comum tem sido a oferta não facultativa – ou melhor, obrigatória – do ensino religioso nas escolas públicas, em desrespeito à visão de que cada aluno ou responsável tem o direito de escolher se quer ou não receber formação religiosa e de que tipo.

Levantamentos realizados pela Plataforma de Direitos Humanos (DHESCA) e também por pesquisas acadêmicas sobre o tema revelam que em alguns casos as crianças e jovens que optam por não frequentar o ensino religioso, ou que simplesmente professam religião diferente da orientação dada pelo professor da disciplina, são discriminados e hostilizados, ficando ociosos e deslocados durante o horário em que a disciplina é oferecida.

Ainda mais preocupante, como violação do princípio democrático da laicidade do Estado, é a introdução de conteúdo religioso em diferentes disciplinas da educação básica, principalmente nas séries iniciais em que as diferentes matérias são ensinadas de forma integrada.

Diversas pesquisas, como as realizadas por integrantes do OLÉ – Observatório da Laicidade na Educação, apontam que é frequente a presença de símbolos religiosos, em geral cristãos, nas escolas públicas, tais como crucifixos e imagens de santos, em franca agressão à Constituição Federal. Igualmente preocupante deste ponto de vista é a prática corrente em milhares de escola públicas brasileiras de orações e outras manifestações de caráter explicitamente religioso.

Todos estes temas serão objeto de exposição e debate no próximo dia 15 de junho no STF. A expectativa daqueles que defendem a laicidade da educação pública e do Estado brasileiro em sua totalidade é que os ministros do STF se posicionem sobre a devida interpretação do artigo 210 da Constituição Federal, que normatiza o ensino religioso, a fim de que este seja delimitado na sua oferta e adquira status efetivamente facultativo e não confessional. Tais medidas são fundamentais para que o caráter laico do Estado brasileiro seja preservado e, como consequência, a liberdade de que todos e cada um possam professar a religião de sua preferência ou, se for o caso, nenhuma religião.

Espera-se também que, futuramente, o debate público sobre este tema possa sinalizar a necessidade de uma emenda constitucional que suprima da nossa lei federal a oferta do ensino religioso nas escolas públicas, visto que esta seria a condição necessária para a plena garantia da laicidade do Estado brasileiro.

Texto original: CARTA MAIOR

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Aumenta o número de professores que abandonam as salas de aula

Série especial mostra a atual situação dos professores no Brasil.
Déficit chega a 150 mil. Maioria troca salas de aula por outros empregos.


O Jornal Nacional começa a apresentar nesta segunda-feira (02), uma série especial de reportagens sobre a situação dos professores no Brasil.

É uma profissão que todo mundo elogia, todo mundo concorda que é fundamental, mas que tem despertado o interesse de um número cada vez menor de brasileiros. Os motivos disso estão em discussão na reportagem da Graziela Azevedo e do Ronaldo de Sousa.

O Brasil tem uma necessidade urgente na escola. O país tem uma promessa: "Nosso lema será: Brasil pátria educadora”, afirmou a presidente Dilma Rousseff no discurso de posse.

E um grande desafio: “O apagão já começou há muito tempo. O déficit de professores nas áreas de química, física, matemática e biologia é da ordem de 150 mil professores” conta o diretor do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos.

“Eu fiquei dois anos sem professor de matemática. Na 5° e na 6° série. Então até hoje eu tenho muita dificuldade”, conta a estudante Larissa Souza.

“Fiquei trocando de professor de história na 8° série cinco vezes”, reclama um aluno.

Aqueles que poderiam ser futuros professores também estão sumindo dos cursos universitários de formação. 

Acontece nas faculdades particulares: “Na licenciatura de pedagogia, sempre no primeiro semestre é lotada. São 60, quase 70 alunos e vai diminuindo. O pessoal do 6°semestre, nós temos 10 alunos”, explica Carolina Gato, estudante de Matemática e Pedagogia.

Nas universidades públicas a desistência também é notória: “Porque as lacunas começam a aparecer, então coisas que deveriam ter aprendido no ensino médio não aprenderam e aí chega na hora da prova tira zero, tira 2 na prova. Vira uma bola de neve e abandona o curso”, conta Rebeca Omelczuck, estudante de Física.

Mas e quem ficou? Como estão os professores que levaram seus cursos até o fim e estão encarando as salas de aula?

É o que o Ministério Público quer descobrir. Em Novo Gama, município pobre e vizinho à Brasília, as promotoras de justiça mobilizaram mães, pais, servidores públicos e conselheiros da cidade para obter respostas. 

A auditoria cívica é o nome que o Ministério Público deu para o trabalho dos cidadãos que querem melhorar a educação na sua comunidade. Um trabalho que ao Jornal Nacional acompanhou.

Trazendo questionários e vontade de conhecer melhor as escolas públicas, eles se espalham. Parte da tarefa é conversar com os professores. As carências vão aparecendo.

“Falta tudo. Igual folha para tirar cópia para a prova, por exemplo. A gente tem que pedir para os meninos, tem que ir comprar. Chove e a sala fica praticamente alagada”, conta a professora Marta Costa Alves.

Uma realidade tão dolorida que as palavras começam a vir acompanhadas de lágrimas.

Marta Giovana Costa Alves, professora: Quando me deparei em uma sala de aula e vi as dificuldades ali eu não queria estar mais ali.
Jornal Nacional: Você se sente sozinha?
Marta: Nossa.

Assim, à flor da pele, a professora confessa não se sentir mais um modelo para os seus alunos.

Marta: A criança tem que olhar pra mim e ver em mim futuros, sonhos. E eu acredito que as crianças não estão conseguindo ver no professor mais isso.
Jornal Nacional: O que elas veem? 
Marta: Um professor cansado, desmotivado, triste.

A entrevistadora, que também é professora, desaba junto.
Jornal Nacional: E a senhora chora por que? 
Pesquisadora: Porque são 23 anos, quase aposentando, e as palavras dela são as minhas

Depois da entrevista, a professora Marta enxugou as lágrimas e voltou para a sala de aula, mas muita gente que se forma nem chega a entrar em uma. A desvalorização da profissão é o grande motivo. Para ganhar mais com menos estresse, os professores acabam fora das escolas.

A conclusão é de um pesquisador que cruzou os dados de vagas oferecidas e docentes formados ao longo de duas décadas. O levantamento mostrou que, com exceção da disciplina de Física, o número de docentes formados daria para atender a demanda no país.

“Não faltam professores formados então o que está acontecendo é que essas pessoas se formam e ou não ingressam na profissão ou ingressam e se desestimulam e saem. Enquanto um professor formado em nível superior ganhar metade do que ganha um economista, do que ganha um advogado, do que ganha um jornalista, quer dizer, não tem como atrair a pessoa para a profissão”, afirma o pesquisador da USP Marcelino de Rezende Pinto.

Para o novo ministro da Educação a valorização do professor passa por aumento de salário.

“Se você não tiver salários com perspectiva de aumento de salário, você não vai ter as melhores vocações se dedicando ou escolhendo o magistério como sua profissão”, conclui o ministro da Educação Cid Gomes.

O piso da categoria para 40 horas por semana, passou este ano de R$ 1.617 para R$ 1.917. Mas, para a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, deveria ser de pelo menos R$ 2.900. Sem falar que nem todos os estados pagam o que a lei determina.

O resultado é o abandono da profissão. Oferta de emprego em empresas e bancos não falta.

“Eles vivem batendo na sua porta, oferecendo salários muito atraentes e que acabam levando muitos colegas da física para outras áreas”, conta o estudante de Física Carlos Otobone.

Mas é na sala de aula que os bons professores precisam estar. Disso ninguém tem dúvida.

“Temos que pensar de fato em uma política integrada que tem como elemento central o professor porque o pessoal discorda de tudo, mas há um consenso: o professor faz a diferença”, diz Marcelino.

Texto original neste endereço: G1

domingo, 7 de junho de 2015

Preferencial, o que é isso?

assento-preferencial.jpgAtualmente em todas as empresas de prestação de serviços encontramos o chamado atendimento preferencial. Nos bancos, postos de saúde, clínicas, estacionamentos, passagens de trânsito etc. Inclusive, foi criada uma lei para que esse atendimento e uso dos serviços ofereçam o item preferencial visando a atender pessoas idosas, deficientes físicos, gestantes, etc.

Como era no passado

Aexistência da lei dando preferência é nova, embora nem sempre respeitada pela grande maioria! Mas antigamente os idosos eram atendidos sem precisar enfrentar filas! As pessoas educadamente cediam a vez aos idosos, gestante e pessoas com deficiência física sem a necessidade da existência da lei. Hoje não se tem educação e nem se respeita essa tal lei!!!

O Preferencial e o Exclusivo


Já presenciei várias vezes bate boca nos caixas de supermercados quando o caixa preferencial atende a uma pessoa jovem e considerada sem problemas físicos. Em um dos casos, o gerente do supermercado foi chamado por que a caixa não queria atender um rapaz, alegando que o mesmo era para atender pessoas idosas. O rapaz questionava onde estavam as pessoas idosas (a fila estava vazia). Ele simplesmente preguntou a gerente se ele sabia a diferença entre preferencial e exclusivo. Se é preferencial, o caixa tem de atende preferencialmente caso a existência de clientes idosos acima de 60 anos, deficientes físicos, gestantes e mulheres com criança de colo e caso não exista nenhum, o caixa tem de atender os clientes normalmente. Ele perguntou objetivamente ao gerente se o caixa era exclusivo para idosos!!!

Quem tem de fazer respeitar a lei?

Grande parte das empresas, de atendimento, criaram serviços de senhas classificadas de acordo com tipo de cliente. Para o atendimento, dito preferencial, foram criadas senhas preferenciais! Estranhamente, muitas pessoas, que não possuem nenhuma característica de cliente preferencial, se utilizam desta s senhas. Os estabelecimentos que mais noto esse procedimento são as agências bancárias e quando se questiona por que clientes não preferências são atendidos antes de idosos, gestante, etc a explicação, dos funcionários da empresa (principalmente bancos), é que eles não têm obrigação de controlar isso e sim os que estão sendo desrespeitado exigirem seus direitos! Quer dizer que os bancos atende pessoas que usam da esperteza usando senhas preferenciais e os outros clientes é quem tem de impedir que os funcionários façam atendimento? Fico imaginando os idosos nas filas tentando impedir pessoas mal educadas e mal humoradas respeitarem a lei!!1 Pra que existe o serviço de segurança destas empresas? As empresas não estão obrigadas a fazerem valer esta lei?


quarta-feira, 3 de junho de 2015

PRECISAMOS FICAR VISÍVEIS

O grande tema atual em nível nacional é referente aos Conselhos (de Educação, de Segurança, de Comunicação, etc.) e o grande problema é que a chamada Grande Imprensa estão denunciando como censura o interesse da sociedade de controlar os meios de comunicação existente. De acordo com a nossa constituição, a comunicação (não confundir com os equipamentos de comunicação) é um direito de todo cidadão e é considerado um direito universal pelos Direitos Humanos. Também , de acordo com a nossa Constituição Federal, é vedado a concentração e controle de diversos meios de comunicação por uma única família. Mas, como convencer todos os cidadãos brasileiros que a comunicação é um Direito Universal e está garantido na nossa Constituição Federal. Por que o cidadão não vê a comunicação como um dDireito Universal igual ao Direito a Saúde e ao Direito a Educação? 

Essa concentração dos meios de comunicação nas mãos de poucas famílias (e também em uma região) traz vários problemas. Todo o conteúdo apresentado irá ser de acordo (os proprietários irão ditar as normas) com a vontade e o que for de interesse dessas poucas famílias (clique aqui ) que controlam a comunicação.

Isso está levando o brasileiro a não ver, ouvir e falar o Brasil como ele realmente é.
Mesmo na Região sudeste (onde se concentram a grande maioria dos meios de comunicação), as pessoas estão perdendo a sua identidade. Basta ver a quantidade de expressões em inglês que se utiliza em todas as áreas do sociedade. Chegou ao cúmulo do Jornal O Globo (on Line) apresentar (em algumas ocasiões) o nome Brasil grafado com z (Brazil). No Jornal Nacional (TV Globo) chegou a ocultar informações (clique aqui) sobre o candidato à presidência de sua preferência (clique aqui).

Essa maneira de fazer comunicação é que está levando os brasileiros a tirarem conclusões erradas, até sobre si mesmo, por falta de informações de nós mesmos brasileiros. Como exemplo temos os nordestinos que passam tanto tempo vendo e ouvindo esses meios de comunicação, que geralmente só mostram a maneira de falar e viver das Regiões Sudeste-Sul, que estranham a própria maneira de falar, das músicas e tradições deles próprio

Nesse controle, pelos donos dos meios de comunicação, o brasileiro está conhecendo cada vez menos o seu próprio país, basta ver os as manifestações racistas e os argumentos utilizados por tais pessoas (clique aqui). Não estamos conseguindo ver a nossa música, nossa maneira de se vestir e o que fazem nossos representante.

Precisamos urgentemente ver o Brasil que precisamos e não sermos obrigados a ver o Brasil que os donos dos meios de comunicação (e seus patrocinadores) nos impõem censurando o que não gostam ou acham errados. 

Antônio Carlos Vieira
Licenciatura Plena - Geografia (UFS)

Texto original: CARLOS GEOGRAFIA